sexta-feira, 27 de junho de 2008

CARTA PSICOGRAFADA PELO ESPÍRITO DE UM QUASE MORTO

Saiu no Blog do Jamildo, achamos por bem divulgar aqui pela reflexão das palavras:


[QUEM VCS ACHAM QUE ESCREVEU ISTO?]

CARTA PSICOGRAFADA PELO ESPÍRITO DE UM QUASE MORTO.

O QUE ACONTECEU COM OS LÍDERES NA PM?

Dá pena de ver a penúria da tropa, ávida por um grito de liberdade. Sem reação, perdida e sem norte, vê a gloriosa PMPE se desfazer em cinzas. As autoridades PMs, submissas aos caprichos de um Secretário vaidoso, rancoroso e mimado, buscam uma melhor colocação ao lado daquele algoz, visando uma situação de conforto passageiro.

Daqui a pouco estaremos todos na reserva, sem salário digno, sem moral e com vergonha (os que têm) pela passividade que aturamos os desmandos contra nós desferidos. A dignidade parece ter acabado na nossa PMPE. Após sua passagem a frente da SDS (não há mal que dure para sempre), o delegado federal voltará para o seu reduto.

Diferentemente dos nossos, voltará à condição de delegado e retomará a sua posição na instituição que pertence. Este delegado deixará pra nós (PMs) um legado de destruição. Fomentou em nossa instituição a discórdia e a competição desleal.

Jamais voltaremos a ser o que éramos antes. Não dá mais para se confiar no colega que cursou a mesma academia, que trocara de lado pela expectativa de uma promoção. Vale a lei do “mais esperto”. Dignidade? Já não dá mais para nos enganarmos.

Diante de tantos desmandos que atingem a nossa Polícia Militar de Pernambuco, adequada a seguinte pergunta: Onde estão as nossas lideranças? Por que se calam? Por que não vêem? Onde estão aqueles “heróis” que apareceram durante os movimentos paredistas? O que lhes falta para reagirem? De que lado eles estão? Óbvias são as respostas, porém, num apelo dramático à minha consciência, tento me iludir achando que eles ainda existem.

Como homens traídos, após confiarmos os nossos votos e a nossa esperança em dias melhores, nos encontramos diante de uma realidade dura e cruel.

Com o desmantelamento da nossa Polícia Militar de Pernambuco, se esvai toda a credibilidade junto aquele que se comprometeu em nos ver com outro olhos (palavras de campanha).

Se a SDS e o seu chefe maior nos trata com tanto desdém e o chefe de todos se cala, é partícipe da ação nefasta. Doce ilusão no slogan que dizia: “A esperança está de volta”. Sequer desconfiei que “esperança” era do verbo esperar e não esperançar.

Esperar mais o quê? O que seria ainda possível no quadro atual? Pode-se matar uma mesma pessoa duas vezes? Estamos mortos, apenas respirando num último suspiro, senhores. Para não me tornar prolixo, devo estar pendurando a chuteira, ou vestindo o pijama, como dizemos aos que passam à reserva.

Vou envergonhado. Vou cabisbaixo e sem auto-estima. Vou para a reserva com um sentimento que não havia sentido antes, o da covardia.

Covardia porque poderia ter pelo menos falado, dito que não estava correto o tratamento dispensado a bravos guerreiros urbanos.

Envergonhado, pois, não tenho coragem de ser valente agora, quando fui covarde recentemente pela minha omissão.

Deixei-me envolver por “conselhos” de quem não tinha moral para dá-los e que me convenceram a ser mais um deles, juntar-me ao cordão dos pusilânimes.

Aos que ainda trilharão a estrada na gloriosa PMPE, enquanto ainda há tempo, unam-se. Não se deixem enganar com vaidades, falsas promessas, momentos passageiros, mesmo porque, estarão na reserva logo a seguir. Levantem-se, dignem-se, demonstrem seus valores.

Excluam dos seus arredores os puxa-sacos e vendidos baratos, para que não possam contribuir para a vergonha que os acompanhará na passagem para a inatividade. Não se deixem iludir por cargos que não os acompanharão na passagem para a reserva. Tudo ficará pelo caminho.

Por fim, como um covarde legítimo, mesmo trucidando a minha alma, num único momento de desabafo, falo-lhes a verdade. Se agirem assim, passivos, sem vergonha de se deixarem humilhar, com toda a certeza, estarão sentindo o mesmo que eu, até sem coragem de assinar este simples manifesto.

Não assinar é não reconhecer a legitimidade para tal, afinal, não dá pra ser valente depois do inimigo morto. Envergonharia-me ainda mais.

CARTA PSICOGRAFADA PELO ESPÍRITO DE UM MORIBUNDO.

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