domingo, 31 de agosto de 2008

Militares já substituem médicos demissionários


Militares já substituem médicos demissionários

Publicado em 31.08.2008

Do Jornal do Commercio

Medida foi antecipada ontem, no Hospital da Restauração, no Recife, em razão da ausência dos servidores que não concordam com salário nem condições de trabalho na rede estadual. Mas só uma parte dos doentes que procurou a unidade foi atendida

O governo estadual antecipou ontem a presença de médicos militares na emergência do Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife, o que estava previsto para acontecer apenas na próxima quinta-feira. Eles foram convocados para suprir a lacuna deixada pelos plantonistas que abandonaram seus cargos. Pelo menos 37 médicos faltaram ontem aos plantões nos três maiores hospitais estaduais, segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco. O reforço do Exército, Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros no HR não impediu que o dia fosse marcado por caos, indignação e atendimento comprometido.

Quem chegava na recepção da urgência recebia logo o aviso: “Só tiro, facada e acidente. O resto volta.” Pacientes eram barrados e acompanhantes se revoltavam com a situação. Eraldo Cassimiro, 48, chegou ao HR com um acidente vascular cerebral, mas a família foi orientada a procurar outro hospital. “Já é o terceiro hospital e nossa peregrinação não tem fim”, disse a esposa Zilvânia Alfredo de Souza, 36. Diabético e hipertenso, José de Lima, 86, foi transferido de Bezerros, a 114 quilômetros da capital, para o HR. A ambulância teve que retornar. “Aqui não tem atendimento. Vamos voltar”, reclamou a filha Solange Lima, 39.

Nem mesmo os 103 anos de vida de Benvinda Souza foram suficientes para a idosa, que sofreu uma queda, ser atendida. Com o braço direito enfaixado e inerte diante da dor, ela também recebeu um não na porta da emergência. “Disseram que não tinha médico. Que hospital é esse?”, bradou a sobrinha Bernadete Lima, 58.

O diretor do HR, Américo Júnior, declarou que médicos demissionários foram substituídos por profissionais das Forças Armadas e PM. O plantão funcionou com três cirurgiões, dois traumato-ortopedistas, um cirurgião vascular, três neurocirurgiões, um bucomaxilofacial, um endoscopista, dois neurologistas e três clínicos gerais, além de 12 paramédicos dos bombeiros. “Os pacientes que estão voltando são os que não se encaixam no nosso perfil”, argumentou. O tenente Alysson Barros explicou que os bombeiros podem atuar na contenção de hemorragia, imobilização e ressuscitação.

Dos 37 que faltaram ontem, 21 eram do Getúlio Vargas, 12 do HR e três do Otávio de Freitas. Nenhum da lista dos 21 demissionários exonerados pelo governo. “Esperávamos que os demissionários faltassem, não os demais. Apelamos aos colegas para que não deixem de ir aos plantões”, comentou a gerente da Secretaria de Saúde, Sandra Carvalho. A partir de amanhã, serão anunciadas medidas adminitrativas contra faltosos.

O HR recebeu ontem seis médicos das Forças Armadas. Segundo a secretaria, foram atendidas das 7h às 14h 55 pessoas. Para hoje, a previsão é de que mais nove profissionais atuem na unidade. Desses, dois são do Rio Grande do Norte, dois da Bahia e dois da Paraíba. “Hoje (ontem) tivemos controle da situação, mas não sabemos até quando. Não podemos dizer que está fácil”, destacou Sandra. A gerente orienta a população a só procurar o HR em casos de emergência. Um hospital de campanha das Forças Armadas deve ser montado a partir de hoje no Recife.

O secretário-geral do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Mário Jorge Lobo, afirmou que mais de 330 médicos abandonarão seus cargos antes do fim do prazo legal, que vence sexta-feira. A medida foi conseqüência da exoneração de 21 efetivadas pelo Estado.

-------------------

Pois é meu amigos, nesta hora os militares do estado são importantes, mas nos tratam como sub cidadãos e sem direitos, só lembram de nós outros nas crises, nosso SISMEPE vai completar um anos sem que tenhamos visto evoluções plausíveis e melhora no atendimento, mormente no interior do estado onde nossos companheiros pagam pelo serviço e sofrem com a falta de crendenciados e especialidades médicas.

Em sintese: Pagamos impostos para termos uma saúde pública decente, pagamos de forma compusória o SISMEPE, grande parte dos militares do estado pagam ainda planos de sáude, na conclusão PAGAMOS TRÊS VEZES para ter sáude e não a temos, dá pra aceitar isso calado?

Nenhum comentário: